Na nossa partilha de hoje falamos um bocadinho sobre o que o Goalball.

Este desporto coletivo com bola é praticado por atletas que possuem deficiência visual. Existe desde 1946, inventado pelo austríaco Hanz Lorenzen e pelo alemão Sett Reindle.

O principal objetivo do jogo é arremessar uma bola com as mãos de modo em que a bola entre na baliza do adversário. Cada equipa geralmente joga com três jogadores e três suplentes, sendo obrigatório o uso de vendas nos olhos por todos os atletas.

A percepção da posição da bola é feita usando os sentidos do tato e audição.

Esta é uma das principais modalidades de Desporto Adaptado do Sporting Clube de Portugal. E porque para nós é importante compreender e apoiar de forma próxima os nossos atletas, partilhamos o testemunho da atleta de Goalball Maria João Peixoto:

“O goalball aparece na minha vida algures pelos 13 a 14 anos, quando eu frequentava o Centro Helen Keller. Jogávamos entre nós com o material que havia, com muito poucas condições e com base nos ensinamentos de quem também ainda estava a aprender a modalidade para a poder ensinar. Ainda assim, e a um nível tão rudimentar, foi o suficiente para despertar um amor daqueles que o tempo e o afastamento não conseguem apagar. Não havia competição para jovens, ainda já se davam os primeiros passos para criar as primeiras competições e com a saída da escola, deixar a modalidade foi inevitável. No entanto, estava escrito que a história do goalball em Portugal ainda se cruzaria com a minha.

Os anos passaram, o goalball cresceu e em 2014 fui desafiada por outros praticantes a participar num treino da equipa da ACAPO Lisboa e a partir desse momento nunca mais consegui deixar a modalidade. Quando comecei era a única atleta feminina e isso nunca me demoveu, mas no fundo sentia-me triste por não haver goalball no feminino. Aos poucos juntaram-se mais atletas, nasceu o sonho de uma selecção feminina e em 2016 participámos pela primeira vez no campeonato Europeu B feminino. Mas não estávamos preparadas, não tínhamos experiência e sentíamos que ninguém, além das seleccionadoras Márcia Ferreira e Catarina Bento acreditava realmente que podíamos fazer mais e melhor.

Pensámos que o sonho estava lançado, que iria crescer mas a realidade, infelizmente, ensinou-nos que o goalball no feminino não era uma aposta para manter e fazer crescer para a maior parte das pessoas. As excepções foram a Márcia Ferreira e o Sporting Clube de Portugal. Acreditaram no nosso valor. Acreditaram que se nos fossem dadas ferramentas, formação, experiência e oportunidades podíamos chegar longe, dar o nosso melhor, bater o pé às melhores e vencê-las.

Devo ao SCP a minha transformação de praticante em atleta de alta competição, o crescimento da motivação e auto-estima, a possibilidade de aprender com os melhores e competir com os melhores e retribui da melhor forma que sei: deixando tudo em campo, aplicando-me ao máximo e estando presente nas duas conquistas da SEWGL.

Se a história do Goalball no feminino em Portugal está ligada com a minha, é com orgulho que digo que ambas estão profundamente entrelaçadas com a do Sporting Clube de Portugal. O clube nunca abandonou as atletas femininas, mesmo as que não tinham vínculo com ele, promovendo campos de treino, procurando motivar e cativar novas praticantes e defendendo a igualdade de oportunidades dentro e fora de portas. Da minha parte, o objectivo mantém-se: dar sempre o meu melhor para chegar mais longe, sempre com vontade de aprender e de partilhar experiências para que no futuro o goalball no feminino seja cada vez mais uma fonte de orgulho nacional.

Sonhos? Mais do que continuar A participar em campeonatos internacionais, pelo Sporting ou através da seleção, gostava de sentir que cada vez mais meninas aprendem a amar esta modalidade tanto quanto eu E praticá-lo ao mais alto nível E sentir que pude contribuir de alguma forma para que isso aconteça.”

Descubra mais sobre o as nossas ações de Responsabilidade Social.